Victor Rizzo, diretor executivo da INOV.AI, afirma ser possível tornar as empresas muito mais produtivas, integrando inteligências artificial e humana.
O melhor resultado para os negócios das soluções de inteligência artificial não depende apenas de softwares ou hardwares, mas de como integrar humanos e algoritmos para um desempenho superior. Esta é a conclusão de um estudo feito por cinco anos pelos pesquisadores Nada R. Sanders e John D. Wood e recém publicado na Harvard Business Review, publicação da icônica escola de negócios dos Estados Unidos.
Os pesquisadores acompanharam gerentes seniores e executivos de empresas como o Google, a Haier, a Apple, a Zappos e a Siemens, empresas que se destacam pelo uso de tecnologias de IA. No trabalho foi realizado uma série de entrevistas e pesquisas em uma ampla gama de setores das companhias para identificar estratégias, barreiras de implementação de tecnologia e assim tirar conclusões aprofundadas dessas organizações.
“Nossa lição principal é contra-intuitiva. Competir na era da IA não significa ser impulsionado pela tecnologia em si - é uma questão de novas estruturas organizacionais que usam a tecnologia para trazer à tona o que há de melhor nas pessoas. Os recursos humanos podem ser aumentados com os poderes da máquina. O segredo para fazer isso funcionar é o próprio modelo de negócio, onde máquinas e humanos são integrados para se complementar. Líderes organizacionais podem criar uma organização centrada no ser humano, com inteligência sobre-humana”, apontam os pesquisadores em seu artigo sobre descoberta.
Mas como integrar a inteligência humana à artificial? Victor Rizzo, Diretor Executivo da INOV.AI e responsável pelo comitê de Governança Digital, Risco e Compliance da HYON PAR acompanha este tipo de realidade diariamente e entende que, apesar de toda a capacidade técnica das inteligências artificiais, os robôs são totalmente dependentes da criatividade, cuidado, adaptabilidade e a inovação dos seres humanos para ter sucesso em suas operações.
Algoritmos de inteligência artificial podem tornar-se “colaboradores virtuais” valiosos, quando se trata de fazer tarefas repetitivas e maçantes, processando grandes volumes de dados ou documentos com elevada precisão. Isso permite que seres humanos apliquem sua inteligência para o tratamento de questões que exigem análise especializada, tomada de decisão, adaptabilidade, criatividade e inovação, bem como no tratamento de exceções.
Agentes inteligentes artificias, podem auxiliar e expandir capacidades humanas em tarefas que exijam análise de dados, interpretação de linguagem, resolução de problemas e aprendizado.
Quando integramos colaboradores humanos com esses “colaboradores virtuais”, cada um com as suas qualidades, conseguimos um desempenho muito superior, uma inteligência humana expandida, ou super-humana, como citada no artigo.
“O grande potencial que os algoritmos oferecem, é que eles podem trabalhar 24 horas por dia, 7 dias por semana, sem apresentar queda no desempenho por fadiga ou flutuações de humor. Algoritmos de inteligência artificial são ultra focados nas tarefas para os quais foram treinados. Não se preocupam com o time que ganhou ou jogo de futebol no fim de semana, nem com a discussão com a namorada ou com um colega”, ironiza Victor.
Assim, na análise automática de documentos, por exemplo, eles podem analisar um grande volume de documentos, de forma contínua e sem variações de desempenho.
Por outro lado, algoritmos de inteligência artificial para serem treinados dependem de dados, geralmente fornecidos por humanos.
“As dificuldades mais comuns que encontramos quando trabalhamos com o treinamento de algoritmos voltados à análise automática de documento são a má qualidade dos dados fornecidos por humanos para a criação dos datasets, o conjunto de dados utilizados no treinamento dos mesmos. Algoritmos de inteligência artificial, as redes neurais, aprendem padrões e esses padrões são definidos por dados, os datasets. Assim a qualidade do treinamento dos algoritmos é diretamente proporcional à qualidade dos dados que foram fornecidos. E, no caso da análise automática de documentos, não há como fugir, os dados são gerados e fornecidos por humanos”, contextualiza.
Essa é também uma das causas porque, segundo Victor Rizzo, ocorre o chamado “viés algorítmico”, que é o caso no qual os algoritmos aprendem comportamentos humanos errados. Esses padrões errados são acumulados em dados produzidos por humanos e acabam sendo incorporados em algoritmos, causando o viés.
Mas existe uma saída. Uma correta utilização dos dados produzidos por humanos permite gerar algoritmos livres do viés dos comportamentos de seres humanos e que sejam, portanto, mais imparciais e precisos em suas respostas.
“Ou seja, quando otimizamos algoritmos para responder de forma melhor do que humanos em tarefas repetitivas, esses apresentam um desempenho superior ao humano. Se integramos esses algoritmos nas rotinas de empresas, junto como o melhor que o ser humano oferece, com sua inteligência, adaptabilidade, criatividade e inovação, teremos um desempenho muito superior, uma inteligência humana expandida”, aponta o especialista da INOV.AI.
Victor Rizzo é engenheiro e Diretor Executivo da INOV.AI e responsável pelo comitê de Governança Digital, Risco e Compliance da HYON PAR.
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